sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

AS LEIS DA ESPIRITUALIDADE


 
AS LEIS DA ESPIRITUALIDADE


Para o Umbandista, acreditar na sobrevivência do espírito é o resultado natural da prática religiosa, é a pedra sobre a qual se assentam as três leis básicas que governam os destinos da humanidade: a lei da Evolução, a da Reencarnação e a do Karma. A compreensão profunda dessas leis, fruto da reflexão e da vivencia em que o nosso Templo de Umbanda desempenha o papel de tão linda escola, proporciona elevação espiritual e explica o sentido de nossa missão.

A Lei da Evolução

Lentíssima nos parece à evolução. Quando observamos através da história a vida dos povos e das nações, chegamos a pensar que a humanidade se tornou inconsciente e irresponsável, e que os homens marcham muito devagar em busca do objetivo para o qual foram criados. Isto acontece porem, porque vivemos e pensamos em função do tempo e do espaço, mas estes são em realidades puras ilusões dos nossos sentidos.

Dentro do tempo e do espaço, somos verdadeiros caranguejos a carregar nas costas a nossa casa, andando ora para frente ora para trás. Mas, se atentarmos para o que efetivamente somos como vidas libertas fora do tempo e do espaço, sentiremos estar caminhando a passos gigantescos para a nossa perfeição. Como seres finitos, estamos sempre marcando passo, mas como almas eternas e infinitas, estamos voando e vivendo neste eterno movimento.

Podemos encarar a lei da evolução sob dois aspectos. Primeiramente, pela descida do espírito à matéria, e segundo, pela sua libertação da mesma.

Na sua descida para a matéria, o ser penetra cada vez mais em formas mais grosseiras, complica a sua situação de alma livre, limita a plenitude de sua consciência. Como o desbravador que penetra nas matas para abrir caminho em busca do sol que brilha do outro lado, assim ele se envolve num turbilhão de formas das grosseiras às mais sutis, das mais feias às mais belas, até conseguir dentro da matéria sentir a própria vida, a vida da divindade que esta como um farol a iluminar o seu caminho, ou como um ferrão a empurrá-lo para frente. O homem descobre que esta andando ora mais depressa, ora mais lentamente, porem que a estrada esta aberta.

Segundo a lei da evolução, o espírito desce na matéria, passando pelo reino Elemental, mineral, vegetal, anima e humano, criando, ao longo desse caminho, uma situação cada vez mais favorável a obter o conhecimento de sua existência própria e de sua vida individualizada. Finalmente atinge o estagio da iniciação. Então a consciência já liberta sente a atração da espiritualidade e inicia a sua verdadeira comunhão com ela.

É nesta etapa que o homem se torna consciente das suas responsabilidades e principia a voar para o infinito em busca da luz.

Pela resistência encontrada nas limitações da forma, as almas vão se tornando conscientes e responsáveis do papel de representar no grande plano da evolução.

O conhecimento da Lei da Evolução espiritualiza o homem, porque ele percebe que esta personalidade que tem é provisória e obedece às determinações de uma consciência superior que, se for despertada, poderá levá-lo ao alto da montanha, suave como um barco que desliza num barco azul, manso e sereno.   

A Lei da Reencarnação

A lei da reencarnação não é uma descoberta nova. Desde milênios, a história, as religiões e as filosofias, das mais antigas do Oriente e do Ocidente, falam que as almas renascem em corpos mortais. Se lermos as escrituras antigas bem como a literatura dos povos antigos, veremos que se basearam nesta lei maravilhosa, que não limita a vida espiritual entre o berço e o tumulo.

No século passado, o Espiritismo e a Teosofia proporcionaram ao mundo ocidental o conhecimento desta lei. O Espiritismo, pelos fenômenos que provam a continuação da vida depois da morte. A Teosofia, criando uma literatura mista oriental-ocidental e fazendo este magnífico trabalho de ligar o Ocidente ao Oriente, e como as religiões e filosofias orientais são todas reencarnações, a sua divulgação trouxe para o Ocidente os benefícios desse conhecimento.

Como conseqüência, a humanidade atual adquiriu um novo modo de entender a vida e os problemas religiosos e sociais, a alma sabe que se semear ventos colhera tempestades, e se semear boas arvores frutíferas colhera bons frutos. Esta igualdade ciente de que todos somos iguais, porque a cor da pele, a raça ou a nação em que ela nasce ou o sexo a que pertence são formas que mudam rapidamente de uma encarnação para outra, podendo sofrer as conseqüências do mau uso ou abuso de sua raça, sexo ou posição social.

O homem torna-se, assim, consciente de ser uma alma em evolução. Aceitando essa lei, ele tem diante de si um caminho mais amplo a seguir, que o leva ao sentido real dos princípios de fraternidade e igualdade.

Neste vaivém constante da alma trocando corpos, existe uma continuidade que leva sempre para frente. Não há possibilidade de volta para trás e, embora numa existência os erros pessoais sejam graves e os males causados a outros os piores possíveis, ela estará progredindo sempre. Em meio das falhas da personalidade, esta oculto aquela partícula divina escondida pelos seus erros, porem, em determinados momentos, o espírito reflete na personalidade a sua divindade.

Os erros praticados formam o mau Karma para a encarnação futura, mas as dores, os remorsos, o arrependimento bem como os sentimentos de amor, embora egoístas e grosseiros, levarão a alma mais perto da luz, que brilha no cosmos e reflete no seu interior.

A vida de uma alma é como a existência da lagarta que, desejando o contato mais direto com o sol e a terra, se cria dentro de uma casca para se libertar dela depois pelo próprio esforço.       

Com o passar dos séculos e as experiências adquiridas, sua vida vai se modificando, e aquele que foi um selvagem semi-animal se transforma no pai amoroso no pai amoroso e gentil, no esposo afetuoso, na mulher dedicada e carinhosa, até se tornar um grande ser, amante e auxiliar de toda a humanidade.

A Sabedoria Divina esta sempre presente. Ela sabe o que somos e trará para o consciente tudo o que for útil a nossa evolução. Esperemos que tal acontecimento se dê, vindo do interior do nosso ser, procurando, a cada nova experiência, tirar o máximo de proveito em aprendizagem, compreensão, sabedoria, humildade e harmonia.

A Lei do Karma

Karma é uma palavra sânscrita difícil de traduzir, que significa, ao mesmo tempo, ação e reação. É a lei de causa e efeito, que fica mais clara quando pensamos no dito popular; “Quem semeia ventos colhe tempestades”. Ao homem trás ela a consciência de que nada ocorre por acaso, de que nenhuma palavra má deixa de ter conseqüências ruins. Da mesma forma, um simples sorriso enviado a alguém produz momentos de alegria a quem o enviou.

É importante compreender estes dois aspectos do Karma, o negativo e o positivo, porque é comum falarmos sempre de Karma como uma má herança, esquecendo-nos que o Karma também é a boa herança.

Quando o individuo age bem, não só cria bom Karma futuro, como anula maus Karmas anteriores. Assim, se um homem sofre as conseqüências de uma limitação pessoal que o impede de melhorar suas condições matérias ou espirituais e se esforça por ser útil em vez de se conformar passivamente com a sua limitação, ele melhora suas futuras possibilidades Kármicas. Colaborando na evolução alheia, libera forças que poderão muito antes do que se espera libertá-lo do mau Karma, com resultados benéficos em sua vida material, moral e espiritual.

Quando age em beneficio próprio, muitas vezes prejudicando os outros, o individuo faz mal Karma, mas esta agindo e provocando movimento. E como toda ação gera uma reação igual, sua atitude lhe trará como resultado o sofrimento que o levará aparentemente para trás, porem este sofrimento será um impulso para que ele vá novamente em frente. É como o corredor que, dando um passo atrás, ganha força e muitas vezes consegue vencer passando os outros que estavam à sua frente. Pior colheita é a daquele que, com medo de perder, permanece passivo.          

As lutas, guerras e revoluções sociais tem como maiores responsáveis aqueles que comodamente se isolam, vivendo unicamente de si para si, numa atitude passiva, sem se preocuparem nem mesmo com o seu destino. São águas paradas que, ao invés de correrem para produzir força e energia, tornam-se prejudiciais a saúde. É da energia individual combinada com a de outros que se forma a sociedade, com princípios bons e maus.

Deduzimos daí que a dois tipos de Karma, o individual e o coletivo. Como o individuo é apenas uma parcela da coletividade, e existe um principio comum a todos, ninguém pode evoluir independentemente. Se faz parte de um todo, sua ação se reflete nas demais partes e estas se refletem nele.

A ação e reação do Karma agem independentemente nos níveis da ação, do sentimento e do pensamento. Daí a existência de Karma físico, emocional e mental, que podem ser deferentes entre si.

Dos três Karmas, o que merece nossa maior atenção é o mental. Como a matéria do plano mental é mais sutil, ela age com mais rapidez, portanto, é mais fácil realizar bom Karma mental do que os outros, mas também é mais fácil realizá-lo mau.

Um individuo com mau Karma físico ou emocional, porem com boas possibilidades mentais, poderão vencer o Karma com toda a rapidez, ao passo que o dotado de bom Karma físico e emocional, mas limitado mentalmente, terá que pagar “Olho por olho e dente por dente”, até que seja capaz de atuar mentalmente para modificar as suas condições físicas e emocionais.

Isto significa que o homem se transforma naquilo que pensa o que nos ajuda a entender que o Karma não é apenas uma herança, mas um movimento ativo que vamos manifestando no decorrer da vida, não há exagero em dizer-se que a maioria dos sofrimentos do homem não provém de um passado longínquo, mas são produtos de insensatez da vida presente.

Um comentário:

  1. Ogan,
    Te cumprimento pela defesa e divulgação da Umbanda, a religião brasileira (como diz Pai Jamil Rachid) e tbem te cumprimento pelo excelente blog...que vc receba toda sabedoria e luz para um trabalho pautado na humildade e no crescimento de todos.
    Muito Axé para vc!
    Forte abraço
    Cris

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Axé a todos, Ogan juvenal



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