quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Reunião - Movimento Político Umbandista - Diretores da ACAAPESP passam a fazer parte do Movimento Político Umbandista


Amigos e irmãos da Umbanda, Candomblé, Espiritas, Esotéricos e Espiritualistas em geral. Convido para reunião sobre nossas propostas e objetivos do Movimento Político Umbandista dia 28/01 às 14:00h na Rua Cabinari, 383 Vila Formosa. 
Em defesa da Ética e contra o preconceito. Só através da organização e mobilização conseguiremos atingir nossos objetivos sociais e espirituais
Diretores 
Fonte: Movimento Político Umbandista

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Apresentação do Movimento Político Umbandista no – SOUESP – Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo


No dia 13 Janeiro de 2012 às 20 horas foi apresentado na sede do Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo o projeto “Movimento Político Umbandista”.

Foram apresentadas as idéias de levar o fortalecimento das religiões de Umbanda e Candomblé através da conscientização da necessidade política. Hoje não caminhamos de forma a fundamentarmos nossa religião sem pensarmos em política, não conseguiremos formar uma aliança forte sem a participação neste eixo que hoje se faz fundamental.

Em nossos trabalhos espirituais realizamos aquilo que foi colocado a nós como Sagrado e Divino, onde através destes nos realizamos como religiosos, dando assistência a nossos filhos e irmãos que vem em busca do amparo religioso. É imperioso ressaltar que esta é a função de nossos irmãos de Fé.

Dentro de nossos Templos existe uma organização, existe uma visibilidade interna e irmandade que faz deste ambiente o mais sublime aos irmãos religiosos. Em nossa mente e em nosso campo espiritual nos tornamos realizados e pensamos que cumprimos com nossas obrigações.

Porém, quando olhamos de fora para dentro ou quando olhamos outras religiões participando de uma comunidade de amigos de bairro, observamos que, católicos, evangélicos aparecem na mídia o tempo todo ao lado da política, e neste momento constatamos o quanto estamos atrasados. Quando Leis são criadas cerceando nossos direitos, perseguindo de forma silênciosa nossas casas, constrangendo nossos frequentadores, se faz fundamental fazermos algo, não podemos ser omissos e transferir o problema que cresce a cada dia para o futuro. 
 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pai Ortiz e Ogan Juvenal em prol da religião Afro Brasileira

Ogan Juvenal e Pai Ortiz no 7° Encontro de Curimba e Mediuns da FENUG em Guarulhos


Pai Ortiz Belo de Souza desempenha um trabalho diferenciado dentro da religião o qual recebe o nome de Terapias da Libertação.
Terapias espirituais são hoje um meio de ajuda a muitos que se encontram em meio a seus problemas e dificuldades em geral. As pessoas precisam, muitas vezes, de uma força que os auxilie na solução de problemas ocasionados por distúrbios emocionais, espirituais, energéticos e físicos.
Independente do seu trabalho, Pai Ortiz caminha lado a lado com Ogan Juvenal visibilizando a cultura e a religião Afro Brasileira.
Vejam suas palavras no que se refere ao Ogan Juvenal:

 “Amigos eu fico feliz por estar ao lado do nosso irmão, Ogan Juvenal. Vejo que no decorrer dos anos, nas decisões e discussões importantes em relação à Umbanda e Candomblé, este abnegado servidor dos propósitos espirituais se fez presente. Assim como apóio aqueles que buscam melhorias para a nossa religião, apóio este amigo pela iniciativa de buscar melhorar sempre nossa religião na cidade de Guarulhos.
Estaremos juntos cobrando as melhorias que tanto buscamos, principalmente sobre a organização da religião com toda a sua diversidade ritualística. As vertentes precisam se respeitar e assim mostrar o exemplo necessário a todos os seguidores de Umbanda e do Candomblé. “Sucesso em sua jornada meu irmão”

Pai Ortiz Bèllo, Ogan Juvenal, juntaram-se a outros colaboradores da Nossa Religião e criaram o M.P. U (Movimento Político Umbandista).

 Este Movimento foi criado para a melhoria da visibilidade de nossa religião. É importante ressaltar que é fundamental nos organizarmos politicamente, e hoje temos a oportunidade de colocar Sacerdotes de Umbanda e do Candomblé no Poder Público para fazer valer nossos direitos.
A defesa de nossos ideais vai além dos trabalhos, que normalmente são realizados nos milhares de Templos de Umbanda e casas de Candomblé. Hoje se trata do social, se trata da necessidade de podermos executar os trabalhos sem as perseguições que existem, se trata da necessidade de caminhar com a cabeça erguida, sabendo que seu filho vai ser respeitado na sociedade pela sua religião.
Assim, estamos nos mobilizando para atuar na política através da Umbanda. É uma oportunidade importante para nós: levarmos a bandeira da religião mostrando o quanto todos podem aprender e conhecer esta força que existe no Brasil.
E para ser um Movimento voltado a todas as vertentes da Umbanda, estamos lançando este projeto com a participação de várias instituições que representam a religião.
As intenções do movimento são:

  •         Representar a religião politicamente em órgãos públicos
  •         Realizar trabalhos sociais junto a outras instituições
  •         Lutar por direitos de igualdade
  •         Unir instituições que estejam dentro dos critérios estabelecidos pelos diretores
  •         Apoiar candidatos que foram eleitos pelo corpo diretor
  •         Buscar visibilidade junto à mídia a fim de difundir a Umbanda
  •         Respeitar outras instituições que atuam politicamente e religiosamente
  •         Os diretores se comprometem a atuar dentro dos princípios éticos e Moraes, sendo cada um a voz do Movimento Político Umbandista.

Convidamos a todos nossos amigos religiosos de Umbanda e de Candomblé, que queiram participar do Movimento Político Umbandista a exporem suas idéias em relação às várias necessidades de nossa comunidade.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

JAMIL RACHID OLUWÔ DE AZAWANI FALA DE TATA FOMOTINHO

Em pé, Tio Edécio (Dofono), da esq. p/ dir. Tio Otávio (Fomo),"Babá" Ogan Damaceno, Pai Jamil


Eu comecei em 1948; muito novo ainda, me iniciei com Pai Jaú, o Sr. Euclides Barbosa muito conhecido que tinha o terreiro de Umbanda em Bonsucesso, Guarulhos.
O Terreiro era muito grande, tinha cerca de 300 médiuns, foi uma fase difícil, muita perseguição da policia. Por volta de 1950, eu e o Edécio, um dos companheiros no barco de Tatá Fomotinho, que na época já era mais desenvolvido, fomos fazer um trabalho para uma menina de três anos que estava passando por um problema muito sério. A partir daí nós decidimos alugar um cômodo e iniciar nosso próprio terreiro. Assim começou minha vida na Umbanda.

Em 1958, o Dr. Luiz de Moura Acioli, Presidente da União de Tendas de Umbanda do Estado de São Paulo (que foi quem abriu aqui na cidade de São Paulo a Tenda São Jorge, na Rua Santa Ifigênia, trazendo do Rio de janeiro o ritual de Umbanda), me pediu que fosse ao Rio de Janeiro levar um oficio para o Joãozinho da Goméia. Aproveitando que eu estava no Rio, Joãozinho também me pediu que fizesse a ele um favor que fosse até Vilar dos Telles levar uma carta dele para Tatá Fomotinho o Senhor Antonio Pinto. Chegando La, eu disse “Sr. Antonio, o Sr. João da Goméia pediu que eu lhe entregasse esta carta em mãos”. Ele pegou a carta e me convidou para  entrar e sentar um pouco; fazia muito calor e eu estava realmente cansado. Depois, ele me olhou e perguntou meu nome. Eu lhe respondi e ele começou a balançar a cabeça, mas não falou nada. Ele me perguntou “Você já entrou em algum terreiro antigo?” eu respondi que não, e disse que o primeiro Candomblé que conheci foi o de Joãozinho da Goméia. Ele então me convidou para conhecer o terreiro, a Casa de Exu, Casa de Obaluaies, e na tradição Jeje é tudo diferente do que eu já conhecia. Nesse mesmo dia ele me disse que faria uma festa para Oxum e me convidou para assistir, e eu fui. Chamei o Edécio e o Otávio para irem comigo, e fomos para o Rio de Janeiro.

Chegando lá na hora do toque, os três Obaluaies bolaram! E nós não estávamos preparados para aquilo, tínhamos ido para assistir a um ritual de Nação Jeje. Depois disso, Tatá nos recolheu e disse, “Olha vocês é quem sabem, querem voltar para São Paulo, voltem, mas eu não garanto”. Bom, nós já estávamos La mesmo... Naquele tempo eu tinha um comércio, uma Casa de Ferragens na Rua Teodoro Sampaio, liguei e pedi que alguém fosse até em casa, avisar que eu ficaria fora, e que levassem algum dinheiro enquanto eu estivesse ausente. “Se o Tatá acha que devemos ficar, que o Orixá esta pedindo, então nós ficamos”. De recolhimento, dentro do terreiro ficamos 21 dias, mais um mês, naquele tempo não tinha esse negócio de ficarem só os 21 dias e já sair. Ficamos mais um mês, cumprindo os preceitos e rituais. Depois do recolhimento, Tatá Fomotinho nos trouxe de volta para São Paulo. Nessa época eu já tinha um terreiro grande em Pinheiros e o Edécio em São Miguel Paulista, o Otávio também já tinha o seu terreiro aberto. Tatá Fomotinho fez questão de nos trazer, porque ele era responsável por nós. Inclusive, nos dias dos Axés e das obrigações lá no Rio de Janeiro, o Pai Pequeno do Edécio, do Otávio e o meu, também participaram das cerimônias, porque depois seria preciso dar continuidade a isso por aqui. Então, chegamos a São Paulo em uma verdadeira comitiva, nós três, mais os três Pais pequenos, e Tatá Fomotinho.

A chegada dos três Vodunsis a São Paulo foi uma verdadeira festa, após esse tempo todo fora das nossas atividades aqui em São Paulo.

Tatá Fomotinho
Depois da nossa iniciação, Tatá Fomotinho costumava vir a São Paulo todo ano para fazer os Axés, já que nós tínhamos casa aberta, era feito o assentamento o que fosse necessário, juntamente com o Ogan José, que era o braço direito da Casa de Tatá.

Em 1966, Tatá estava em um ponto de ônibus e um veiculo desgovernado subiu à calçada e acabou atropelando as pessoas que ali estavam inclusive Tatá Fomotinho. Desse acidente foi possível salvar a vida dele, mas ele acabou ficando com seqüelas, porque bateu justamente a cabeça. Ficou um tempo internado em um hospital lá no Rio, e, depois de recuperado, de vez em quando ainda vinha a São Paulo.

Na ultima vez em que aqui esteve já não estava muito bem, e a minha esposa, na época a Laura, lhe deu toda a assistência necessária. Depois disso eu, Edécio e Otávio, os três Vodunsis, o levamos de volta ao Rio de janeiro. La ele ficou na casa do Djalma de Lalu
para não deixar Tatá sozinho na Roça.

Foi uma época em que ele começou a não passar bem, teve diversos problemas de saúde e acabou falecendo. Então nós voltamos novamente ao Rio para acompanhar toda a cerimônia fúnebre.

Tatá Fomotinho, foi um grande sacerdote da Nação Jeje Mahi, que levou ao Rio em meados da década de 1930, a tradição de Jeje, sempre muito humilde, foi uma pessoa exemplar para todos os filhos de Santo “

Pai Jamil, narrou um pouco de sua trajetória da sua feitura de Santo com Tatá Fomotinho, O Pai Pequeno que ele citou foi o Ogan Ernesto o Ogan Mais velho da casa que já nos deixou hoje a nossa casa possui um grande grupo de Ogans e Ekedes, alguns deles com mais de trinta anos de confirmação, o Pai Pequeno é o Pai Edmundo de Jagun, Ogan Felício Bajigan, Ogan Juvenal Ogan Kolofé, Ogan Walter meu irmão de Santo Pejigan da Casa, e os Ogans, Robson, Gilberto, Alecler, Josué, Basílio, Rodolfo, Luiz, João, Ari os Alabês, Roberto, Marcelo e Carlinhos, e, as Ekedes, Marina, Yara, Marlene e Janine a nossa Nininha.  

A palavra Vodunsi, significa esposa de Vodun, ou aquela que Vodun possui. Vodun=Divindade, Si=Esposa, mulher fêmea, e é usada para designar as pessoas iniciadas no culto Jeje, após um ano de iniciação.

Culto aos Voduns no Brasil, Nação Jeje Mahi, dentre os habitantes da região de Dahomé escravizados no Brasil, uma mulher chamada Ludovina Pessoa, natural da cidade de Mahi foi escolhida pelos Voduns para fundar três Templos na Bahia;

- Kwe Ceja Hounde, mais conhecido como Roça de Ventura, em cachoeira de São Felix
- Terreiro do Bogun em Salvador
- Um Templo para Ajunsun, fundado mais tarde pela africana Gaiaku Satu, em Cachoeira de São Felix, que recebeu o nome de Axé Pó Egi, mais conhecido como Cacunda de Ayá.
 
No Maranhão temos a Casa das Minas, fundada por Maria Jesuína, com certeza a mais conhecida casa de Jeje do Brasil. Ainda no Maranhão encontramos a Casa Fanti-Ashante, fundada por Euclides Ferreira (Talabian).
No Rio de Janeiro foi fundada pela Africana Gaiaku Rosena, natural de Allada, o Terreiro do Pó Dabá, no bairro da Saúde. Depois Antonio Pinto de Oliveira, Tatá Fomotinho, meu avô de Santo fundou o Kwe Cejá Nassó, minha raiz, no bairro de Santo Cristo, mudou-se para Madureira na Estrada do Portela e depois para São João de Meriti, onde finalmente se estabeleceu na Rua Paraíba.

Tatá Fomotinho deixou uma Legião de filhos, netos e bisnetos, dentre esses, Jorge de Yemanjá, que fundou o Kewe Ceja Tessi, Pai Zezinho da Boa Viajem, que fundou o Terreiro de Nossa Senhora dos Navegantes, Tia Belinha que fundou a Colina de Oxossi, meu Pai de Santo Jamil Rachid que fundou o Ilê de Obaluaie e o Templo de São Benedito, e Tio Amaro de Xangô.

Voduns não usam roupas luxuosas, geralmente preferem à boa e velha roupa de ração. As danças são cadenciadas, em um ritmo mais denso e pesadas. Os Voduns estão sempre de olhos abertos, e, salvo algumas exceções, conversam usando preferencialmente um dialeto próprio, dando conselhos a quem os procura. A iniciação ao Voduns é complexa e longa, e pode envolver longas caminhadas a santuários e períodos de reclusão dentro do terreiro, que podem chegar a durar um ano. Os Vodunsis são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência. Isto é Jeje Mahi.

                      Modupé Tatá Fomotinho

                                  Modupé Oxum Dei, Orixá de Tatá

                                             Modupé a Vodun Bessén o Rei de Jeje Mahi  


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